segunda-feira, 9 de julho de 2007

Convenção

Estou aqui por um simples motivo: A sociedade. A vontade de escrever que tenho é por causa da: Sociedade. A crença de que isto será produtivo e que alguém vai ler com atenção é devida A Sociedade. Exagero? Pode até ser, mas nós, as pessoas, levamos isto mais a sério do que imaginamos. Primeiro: escrevo porque a escrita é uma conquista obtida em milhares de anos por civilizações antigas da humanidade. Segundo: a realização de um texto não faria sentido sem um objetivo mesmo que desconhecido da criatura que escreve e pelo menos um leitor: nós mesmos. Terceiro: esta conversa é mais longa que toillete de madame(ou perua...).

“Somos escravos da sociedade”, e na maioria das vezes queremos ser e nem percebemos isto. Convenciona-se não ir na casa de uma pessoa sem ser convidado, não falar com estranhos, não falar de boca cheia, não cometer suicídio, tomar banho todos os dias... São muitas situações, inclusive algumas em que, por serem novas não possuem ainda regras claras. A InternetE por exemplo. Se conhecemos alguém por ela não conhecemos de corpo presente, então como proceder? Vejamos a situação “normal”. Fulano está em uma danceteria e começa a conversar com uma gatinha chamada beltrana. Fulano simpatiza com Beltrana e pede seu telefone. Beltrana dá. Ele passa também o seu número para ela, mas do celular. Após duas semanas conversando pela Telemar os dois marcam um cinema. Vão ao cinema e têm um final feliz: Beijo. E assim passam mais um mês entre programinhas noturnos e telefonemas. Fulano, cansado do jogo duro de Beltrana, dá um amasso na garota e diz sem rodeios: “Quer namorar comigo?”(mais velha que esta só pode ser esta: “Quer casar comigo?”). Beltrana contendo a custo a sensação de felicidade ainda demora a dizer sim, como se estivesse indecisa. Fulano e Beltrana passam mais um mês juntos, agora namorando. Afinal, uma moça decente leva o namorado para conhecer os pais ou quem quer que seja responsável por ela(torturas voluntárias...). E vice-versa. Mas isto após 2 meses e duas semanas de relacionamento... A própria decisão demonstra que para eles a opinião dos outros constitui fator importante, às vezes decisivo. Mas os caminhos desta história podem ser muito mais diversos do que imaginamos. Há os que se casam após dois meses de namoro e vivem felizes para sempre, os que namoram dez anos e terminam após um mês de casamento, os que “juntam”, os que se casam forçados e vivem em pé de guerra, os que se casam forçados mas se apaixonam estrondosa e inesperadamente... Enfim, podemos dizer o que dá certo e o que não dá, categoricamente? Geralmente reagimos a situações novas com o estoque de conhecimento que temos a respeito de fatos semelhantes mas não deixa de ser este um campo para a invenção.

Não pensem que sou anarquista, de modo algum, só creio que a ousadia, a inteligência e a crítica racional são capazes de evitar muitos preconceitos e tropeços em nossas vidas. Porém, o limite entre a ousadia e a imprudência é muito sutil. Poucos passos se percorrem também da audácia ao crime, diz André Luíz. E voltamos novamente ao problema do equilíbrio. Mesmo quando saio com um tênis de uma cor, e outro de outra cor não deixo de ser escrava. Para que faça isso hoje foi preciso que alguém, preocupado com a elaboração de um calçado que facilitasse o desempenho esportivo inventasse o tênis. Para que usasse um cinto no pescoço foi preciso que alguém inventasse algo que pudesse segurar as calças dos homens, além dos suspensórios... Vivemos num mundo de influências e não há como escapar delas a não ser que escapemos do mundo.

A conclusão de tudo isto? É mais uma vez um toque pessoal... Prenda-se e liberte-se! Conheça a si mesmo para conhecer os outros. Agarre a vida antes que ela agarre você!!!

Fernanda Flávia Martins Ferreira

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